São Nicolau e o Natal

17 Dezembro 2024

São Nicolau, Bispo de Mira

São Nicolau nasceu em data incerta, no século III, na cidade de Patara (Ásia Menor), sendo filho de pais santos e ricos. O pai, Epifânio, e a mãe, Joana, geraram-no na primeira flor da juventude e viveram a partir de então em continência, levando uma vida de celibatários.

Diz-se que no primeiro dia em que o lavavam se pôs de pé na bacia; além disso, às Quartas e Sextas-Feiras só mamava uma vez. Chegando à juventude, evitava as lascívias dos outros jovens, preferindo entrar nas igrejas e decorar o que lá podia ouvir acerca da Sagrada Escritura. Quando os seus pais morreram, começou a pensar em como haveria de gastar as suas enormes riquezas, não para os louvores dos homens, mas para a glória de Deus.

Então, certo nobre, seu vizinho, pensou prostituir as suas três filhas virgens por falta de recursos, para se poder sustentar com o infame comércio delas. Quando o santo homem soube disso, ficou horrorizado e para evitar o crime resolveu atirar, através de uma janela, um saco com moedas de ouro para dentro da casa desse vizinho, afastando-se em seguida para não ser visto.

Quando chegou a manhã, o homem encontrou aquele ouro e, dando graças a Deus, celebrou o casamento da filha mais velha. Não muito tempo depois, o servo de Deus voltou a realizar obra semelhante. Voltando a encontrar o ouro e dando muitas graças, aquele homem decidiu vigiar para saber quem socorria a sua miséria. Passados alguns dias, Nicolau atirou o dobro do ouro para a casa do vizinho, que acordou com o barulho e seguiu São Nicolau que fugia, dizendo-lhe em alta voz:

‒ Pára, por favor, e não escondas o teu rosto do meu!

E, correndo mais depressa que Nicolau, reconheceu-o. Logo se prostrou e quis beijar-lhe os pés, mas ele, evitando-o, exigiu que nunca tornasse público aquele acontecimento.

Depois disto, tendo morrido o Bispo da cidade de Mira (região da Antália, na actual Turquia), combinaram os bispos nomear alguém que o substituísse naquela igreja. Havia entre esses bispos um de grande autoridade de quem todos dependiam para aquela eleição. Depois de ter aconselhado todos a fazerem jejum e oração, ouviu naquela noite uma voz a dizer-lhe que de manhã cedo observasse as portas da igreja e quando visse chegar o primeiro homem cujo nome fosse Nicolau, olhasse bem para ele e o consagrasse bispo.

Revelando isto aos outros bispos, aconselhou-os a insistirem na oração enquanto ia observar as portas da igreja de Mira. Ficou então muito admirado ao ver que, àquela hora matinal, o homem enviado por Deus antes de todos os outros era Nicolau. Chamando-o a si, perguntou-lhe o bispo:

‒ Como te chamas?

Ele, com uma simplicidade de pomba, respondeu, de cabeça inclinada:

‒ Nicolau, servo de vossa reverência.

Levaram-no então para a igreja e, embora ele a isso muito se opusesse, sagraram-no bispo e entregaram-lhe a cátedra episcopal.

Mas ele em tudo continuava a observar a humildade e a seriedade da sua conduta anterior: passava as noites em oração, mortificava o corpo, fugia do convívio com mulheres. Era humilde com quantos recebia, eficaz no falar, entusiasta no exortar e severo no corrigir.

São Nicolau faleceu a 6 de Dezembro do ano de 350 no actual território da Turquia. Devido à sua imensa generosidade e aos milagres que lhe foram atribuídos, foi canonizado pela Igreja Católica, tornando-se um dos santos mais conhecidos da Cristandade e um símbolo intimamente ligado ao nascimento de Jesus e à quadra natalícia.

Por ter ficado conhecido pela sua caridade e afinidade com as crianças, o neo-paganismo e o consumismo dos tempos modernos inspiraram-se nele para o «confundir» ou substituir pela figura do «Pai-Natal», ofuscando assim o sentido mais profundo do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e a figura desse grande santo, modelo de generosidade e caridade.

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