São Nicolau de Tolentino nasceu provavelmente no ano de 1245, em Sant’Angelo in Pontano (Itália).
Nicolau entrou para a Ordem dos Agostinhos em 1256, sendo ordenado sacerdote em 1269, em Cingoli. Após seis anos de peregrinações por várias cidades, estabeleceu-se definitivamente em Tolentino, dedicando o resto da sua vida ao apostolado.
Desde a infância, São Nicolau «conhecia o espírito de penitência», conforme escreveu um dos seus biógrafos e seu contemporâneo, frei Pedro de Monte Rubiano, oferecendo-nos particularizada relação das suas extraordinárias experiências místicas e dos prodígios realizados, como foi o caso das ressurreições da menina de 12 anos, Filipina de Fermo, de Tiaguinho Fatteboni e de Venturino de Gigliolo.
O processo de canonização de Nicolau confirmou a autenticidade de 301 milagres.
Quarenta anos depois da morte, o seu corpo foi encontrado incorrupto. Antes de o recolocarem no túmulo, foram-lhe cortados os braços para serem guardados em custódias de prata, conservadas na Basílica no santuário. Da amputação dos braços jorrou muito sangue, prodígio que se tem repetido no decurso dos séculos, o que contribuiu para difundir mais ainda a devoção ao santo, tanto na Europa como nas Américas.
São Nicolau de Tolentino possuía apenas uma única túnica rota, que remendava como podia. Quatro dias por semana jejuava a pão e água e e nos outros dias não comia carne nem ovos. Às sextas-feiras flagelava-se com um estranho instrumento de disciplina feito por ele próprio. Rezava de noite, até tarde, ou melhor, «até ao primeiro canto do galo», para depois dormir apenas algumas horas numa enxerga. O seu corpo frágil não resistiu a tão duras penitências, vindo a morrer aos 60 anos, no dia 10 de Setembro de 1305.
Ao confrade que, no momento da sua morte, lhe perguntou a razão de tanta felicidade que se via nos seus olhos, ele respondeu: «Vejo o Senhor meu Deus, junto com Sua Santíssima Mãe e meu pai, Santo Agostinho».
O Papa Eugénio IV, que o canonizou em 1446, afirmou que «Não houve Santo, desde o tempo dos Apóstolos, que superasse a São Nicolau de Tolentino em número e grandeza de milagres».(*)
(*) BRANDÃO, Ascânio. «Tenhamos compaixão das pobres almas!», Pouso Alegre, Casa da UPC, 1948, p.98.