São João Crisóstomo nasceu provavelmente no ano 347 e faleceu em 407, com 60 anos de idade. Foi proclamado Doutor da Igreja, sendo especialmente venerado na Igreja Católica Oriental, cujos ritos – Bizantino, Arménio, Greco-Melquita, Caldeu – celebram segundo a sua Liturgia. Embora tenha falecido a 14 de Setembro, a Igreja Católica comemora a sua festa a 13 de Setembro.
Por causa da sua eloquência como orador, chamaram-no de «Chrysostomos», que significa «boca de ouro». Era também grande esccritor e empenhava-se em corrigir a conduta dos seus leitores e ouvintes. Na exposição de verdades dogmáticas, atacava sem meios termos os erros e os que erravam, sendo ao mesmo tempo objecto da admiração do povo e dos rancores da corte corrupta ou da própria autoridade imperial.
Depois de ter sido eleito à prestigiosa cátedra episcopal de Constantinopla, contra ele se coligaram alguns bispos chefiados por Teófilo, Patriarca de Alexandria, e a própria imperatriz Eudóxia (mulher do Imperador Arcádio), contra cuja intrigas ele não conseguira acautelar-se em razão de seu zelo ardente, infenso aos compromissos.
Por ser «politicamente incorrecto», o santo foi preso e afastado de Constantinopla mas Arcádio teve que chamá-lo de volta porque o povo se revoltou com a sua partida. Para essa decisão também contribuiu um terramoto ocorrido na noite da sua prisão. Vendo nisso um sinal do descontentamento divino, Eudóxia pediu ao marido que chamasse João Crisóstomo de volta. O seu retorno foi um verdadeiro triunfo que irritou a corte bizantina ao ponto de esta o banir novamente passado pouco tempo.
No exílio, São João Crisóstomo dedicou-se à evangelização das gentes rurais, à criação de hospitais e à pregação contra a heresia ariana. Os seus sermões e as suas cartas continuaram a exercer tal influência em Constantinopla que o seu exílio foi ainda mais agravado com uma deportação para Comana (actual Turquia) onde acabou os seus dias em odor de santidade.
A. J. Alves da Silveira