
Santo Afonso Maria de Ligório é comparado a São Tomás de Aquino em razão da sua «vasta inteligência» e excepcional cultura, unida à simplicidade comunicativa. Sabia falar aos grandes como aos pequenos. Poeta e compositor (escreveu a célebre canção natalina «Tu desces das estrelas») e é autor da fundamental «Theologia moralis» que teve notável influência na formação do clero como reacção ao pessimismo religioso e ao rigorismo jansenista. Foi um escritor muito popular com best-sellers como as «Glórias de Maria» (750 edições!) ou como a «A prática do amor a Jesus Cristo». Em suma, reuniu em si os atributos de um professor de escola elementar e de docente universitário.
Nasceu numa família aristocrática, em Marinella de Nápoles, a 27 de Setembro de 1696. Sendo o primeiro de sete filhos, teve uma edução adequada ao seu nível social.
Aos 16 anos doutorou-se «in utroque iure» – vale dizer, em direito civil e canónico – mas teve que aguardar pelos seus 20 anos para poder exercer a profissão. Foi advogado por oito anos.
Dois anos depois foi ordenado sacerdote. A sua origem nobre, a sua cultura e boa educação contribuíram para as boas relações que estabeleceu com as gentes modestas dos bairros populares. Assim o descreve um de seus contemporâneos: «Tinha uma voz clara e sonora, a qual nunca lhe faltava; um ar que se impunha, uma atitude séria, mas temperada pela jovialidade».
Impressionado pela ignorância em que tinham sido deixados os montanheses, fundou em 9 de Novembro de 1732 o instituto missionário conhecido como a Congregação do Santíssimo Redentor. Os Redentoristas empenharam-se em evangelizar os lugares mais longínquos do sul da Itália.
Em 1762, Santo Afonso foi nomeado bispo de Santa Ágata dos Godos pelo Papa Clemente XII, tendo nestas funções exercido um grande trabalho pastoral durante 19 anos.
Depois, idoso e quase cego, pediu a seus filhos de Nocera del Pagani que o acolhessem, tendo ficado com eles até morrer, no dia 1 de Agosto de 1787. Foi canonizado em 1832.
De acordo com a sua ideia central, «Quem reza salva-se; quem não reza condena-se. Todos os que se salvaram, salvaram-se pela oração; todos os que se condenaram, condenaram-se por falta de oração».
Luís de Magalhães Taveiro