Réquiem pelo Chile

3 Janeiro 2022

Este é o novo Presidente do Chile. Gabriel Boric teve o cuidado de aparecer com aspecto civilizado durante a campanha eleitoral que o elevou à presidência da república. No entanto, foi sempre um comunista dos mais agressivos, tendo liderado os violentos protestos e actos terroristas realizados nos últimos anos. Além de não ter preparação política alguma, reconheceu ser um paciente psiquiátrico com graves transtornos de personalidade desde os 12 anos. (Foto: «Tenho mais discos do que amigos»)

Eugenio Trujillo Villegas (*)

O mundo ficou perplexo com o triunfo do comunismo no Chile! E não é para menos, porque entre 1970 e 1973 esta nação sofreu a miséria marxista com Salvador Allende, afigurando-se impensável que o eleitorado chileno optasse novamente pelo suicídio escolhendo para Presidente outro marxista radical.

Gabriel Boric iniciou-se na política como o mais agressivo dos vândalos que vêm destruindo o tecido empresarial chileno, liderando os violentos protestos e actos terroristas realizados nos últimos anos. Além de não saber nada sobre o funcionamento do Estado, da economia e da política, e sem ter a menor experiência profissional, reconheceu ser um paciente psiquiátrico com graves transtornos de personalidade desde os 12 anos de idade.

Na recta final da campanha presidencial o seu movimento político aliou-se ao partido comunista e aos demais partidos de extrema-esquerda, para desmantelar o que os comunistas chamam de «modelo neoliberal» que afinal foi o que nos últimos 30 anos desenvolveu exponencialmente o Chile, retirando-o do lugar de nação mais pobre da América do Sul para transformá-la na mais rica, mais próspera e naquela que atingiu o mais elevado nível de vida.

Sem dúvida que esse sucesso do Chile se ficou a dever à rejeição da via marxista que Boric agora quer impor, pela razão ou pela força, tentando conduzir o país à miséria socialista, hoje simbolizada pelo malogrado regime venezuelano.

Ninguém sabe o que acontecerá durante seu governo, mas será previsivelmente uma catástrofe. Algum dia a História explicará o que aconteceu. Por enquanto, a única coisa clara é que a razão e o bom senso, pilares de nossa Civilização, parecem ter sucumbido no Chile.

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Nesta foto, já em campanha eleitoral, Gabriel Boric apresenta-se com mais decência, como convém a um candidato presidencial. Em contrapartida, porém, mostra o que há de mais ímpio no seu perfil revolucionário, exibindo uma foto do Sagrado Coração de Jesus em que o rosto de Nosso Senhor é substituído pelo da actriz rock Taylor Swift.

O que esperar de uma nação cujo Presidente fez ultrajante paródia com o Divino Salvador?…

(Foto: Dazed Digital)

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Um processo descrito por Plinio Corrêa de Oliveira

Onde quer o socialismo tenha prevalecido, sobreveio a miséria. E onde se aplicou a política de mercado livre e de estímulo à propriedade privada, a prosperidade floresceu. Esta é uma verdade evidente, entretanto rejeitada no Chile, graças a um subtil processo de Guerra Psicológica Revolucionária, conforme descreveu o Professor Plinio Corrêa de Oliveira no seu profético livro Baldeação ideológica inadvertida e Diálogo.

Assim, enquanto a direita se deixou desacreditar por incompetência, baixeza e equivocada teimosia em lidar com a crise no Chile, a esquerda conseguiu brutalizar e confundir o eleitorado, levando-o ao colapso. A grande responsabilidade por essa catástrofe têm-na o ex-presidente Sebastián Piñera e a inexplicável abstenção eleitoral de 55%!

Na verdade, é inútil defender os postulados da direita apenas com argumentos económicos. Sabendo que estamos perante a autodestruição da Civilização Cristã, se a verdadeira direita quiser ganhar uma eleição, deve ter uma política abrangente para defender a Família, os princípios, os valores morais e religiosos que estão a perder-se.

Traçando um paralelo legítimo com uma das passagens mais impactantes do Evangelho, e considerando os programas do governo e não os candidatos, o Chile foi posto perante o dilema de escolher entre o Jesus e Barrabás. Optou por Barrabás.

Mais cedo ou mais tarde, o tempo passará sua factura de desolação, como fez na Venezuela, na Argentina, no México, no Peru e em Cuba. No futuro, os chilenos emigrarão a pé pelas estradas da América do Sul, pedindo esmola e mendigando um pedaço de pão, como se vê acontecer diariamente na Colômbia com milhões de venezuelanos.

Boric vai afastar os capitais que geraram a prosperidade agora desprezada pela maioria dos chilenos. As empresas vão desaparecer porque serão desapropriadas e porque os seus donos deixarão o país. O Estado só irá funcionar enquanto não acabar o dinheiro gerado pelos impostos que os empresários pagaram. O Chile desabará como um castelo de cartas, a uma velocidade que dependerá do modo como irá avançar para o suicídio.

Um alerta para a Colômbia

O caso do Chile é uma voz de alerta para a Colômbia que dentro de seis meses será posta perante o mesmo dilema, apenas com a vantagem de poder eventualmente abrir os olhos ao testemunhar a nova tragédia do país vizinho. Mas, tal como ocorreu como no Chile, pode também fechá-los, votando cegamente nas próximas eleições presidenciais pela demoníaca demagogia do marxismo. Com todo o descaramento, a esquerda promete prosperidade dizendo que vai plantar abacates nas terras que pretende desapropriar a quem sabe cultivá-los há décadas e com sucesso. E vai também desmantelar a iniciativa privada e a exploração do petróleo, que foram as fontes do progresso da Colômbia durante o século passado.

À Colômbia resta implorar a protecção da Santíssima Virgem de Chiquinquirá, sua Padroeira, para que a salve do desastre em que caiu o Chile. Mas, a partir de agora, cumpre também desenvolver um intenso trabalho ideológico, a fim de alertar os colombianos para o perigo de uma escolha eleitoral errada que só poderá levar o país à miséria.

Nada está perdido, mas é chegado o momento de aprender com os erros dos outros e de não repeti-los. Ainda há tempo para isso, mas é necessário começar o mais rapidamente possível!

(*) Eugenio Trujillo Villegas é Director da Sociedad Colombiana Tradición y Acción

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