José Carlos Sepúlveda da Fonseca [Vídeo]
Decorreram recentemente as eleições na Argentina e no Equador. Naquele país haverá segundo turno a 19 de Novembro, com disputa entre os candidatos da esquerda e do centro-direita. No Equador venceu Daniel Noboa, depois de uma campanha marcada pela violência e pelo assassinato de um candidato (Fernando Villavicencio, jornalista investigador), morto com tiros na cabeça ao sair de um comício.
As eleições são acontecimentos que mexem profundamente com a opinião pública e que revelam muita coisa sobre o fenómeno da popularidade autêntica, da «popularidade» fabricada ou mesmo da impopularidade dos candidatos.
As chamadas «democracias» modernas tornam-se muitas vezes numa forma de poder exercido por aproveitadores que, por meio da força, do dinheiro ou da organização, asseguram uma posição de vantagem em relação à sociedade.
O Papa Pio XII, numa das suas célebres alocuções distinguiu muito bem povo e massa. Disse ele que «Povo e multidão amorfa ou, como se costuma dizer, “massa”, são dois conceitos diversos. O povo vive e move-se por vida própria; a massa é de si inerte e não pode mover-se senão por um agente externo. O povo vive da plenitude da vida dos homens que o compõem, cada um dos quais – no próprio lugar e do próprio modo – é uma pessoa consciente das próprias responsabilidades e das próprias convicções. A massa, pelo contrário, espera uma influência externa, é um brinquedo fácil nas mãos de quem quer que jogue com os seus instintos ou impressões, pronta a seguir vez por vez, hoje esta, amanhã aquela bandeira.»
Não haverá pois, nas democracias modernas, nas eleições modernas mecanismos que levam as massas manipuladas a «escolher» quem vai controlar o poder?…