O Tribunal de Nuremberg no passado e no presente

24 Novembro 2022

Tribunal de Nuremberg, 1945: Nesta sessão vêem-se alguns conhecidos criminosos nazis da Segunda Guerra Mundial. Na fila da frente, da esquerda para a direita: Hermann Goering, Rudolf Hess, Joachim von Ribbentrop, Wilhelm Keitel e Ernst Kaltenbrunner. Na fila de trás, da esquerda para a direita: Karl Doenitz, Erich Raeder, Baldur von Schirach e Fritz Sauckel.
Os criminosos de guerra comunistas nunca foram julgados, nem sequer chamados a tribunal. Foram piores do que os nazis, mas até hoje permanecem impunes e esquecidos…
(Foto: «History»)

Os julgamentos de Nuremberg começaram no mesmo ano em que findou a Segunda Guerra Mundial, a 20 de Novembro de 1945, terminando a 1 de Outubro de 1946.

Os acusados assumiram maioritariamente a culpa pelas acusações imputadas, embora tivessem afirmado que estavam apenas a cumprir ordens superiores.

As penas mais severas foram aplicadas àqueles que actuaram directamente em execuções maciças e que contribuíram para o projecto da «Solução Final», no qual estava prevista a eliminação física de todos os judeus da Europa.

Durante o julgamento dos membros da hierarquia nazi foram realizadas 219 sessões, tendo o Tribunal ditado o seu veredicto no dia 1 de Outubro de 1946.

Dos vinte e quatro julgados, doze foram condenados à morte, três absolvidos, três receberam pena de prisão perpétua e quatro tiveram de cumprir penas de 15 a 20 anos de prisão.

Entre os condenados à morte pelo Tribunal de Nuremberg estavam líderes do Partido Nazi, como Alfred Rosenberg e ministros como Joachim von Ribbentrop. Pela pena capital também foram condenados os comandantes de territórios ocupados, tais como Hans Frank e chefes das Forças Armadas, como Hermann Göring.

Críticas ao Tribunal de Nuremberg

O Tribunal de Nuremberg foi criticado por desrespeitar uma série de normas sobre a Justiça.

Por exemplo, o princípio de soberania territorial foi violado, pois os alemães foram julgados por magistrados de outros países e além disso os acusadores faziam parte do júri, o que vai contra a imparcialidade de qualquer tribunal.

Nuremberg não julgou nem condenou comunistas

Para o Tribunal de Nuremberg, só os nazis alemães foram considerados criminosos de guerra. Os nazis ou comunistas, militares ou civis de outras nacionalidades, não foram objecto de quaisquer acusações, apesar de entre eles haver quem tivesse cometido gravíssimos crimes de guerra.

Com efeito, paira até hoje uma grande incógnita sobre o Tribunal de Nuremberg: por que somente os nazis alemães foram para o banco dos réus?

Sabendo-se que o comunismo foi responsável por muitíssimas mais mortes e extermínios (mais de 100 milhões de pessoas), por que nunca foram julgados os criminosos de guerra desse regime e dessa ideologia? Como explicar que um Tribunal de tal importância tenha aplicado o critério de «dois pesos e duas medidas»?

O certo é que o comunismo se afirmou e consolidou após a Segunda Guerra Mundial, espalhando os seus erros pelo mundo, conforme anunciou a Santíssima Virgem nas suas aparições de 1917, em Fátima.

O certo é que também o comunismo e o socialismo — fracassos económicos pela sua própria natureza — só subsistiram graças ao apoio do capitalismo ocidental, obviamente controlado por políticos manifestamente simpatizantes dos regimes de Stalin ou de Mao.

A ONU, as organizações dos Direitos Humanos, a Amnistia Internacional, etc. nunca ousaram pedir aos regimes comunistas qualquer satisfação pelos crimes e perseguições que estes têm cometido. Recorde-se, por exemplo, a fuga dos vietnamitas do sul, depois que o seu país foi entregue aos comunistas do Vietnam do Norte. Usando frágeis e pequenas embarcações para tentar chegar a um algum país livre, essas pobres «boat people» preferiam morrer por naufrágio ou fome nas vastidões do Oceano Pacífico do que viver na escravidão comunista.

O silêncio e a omissão do Tribunal de Nuremberg sobre os crimes do comunismo, permitiu uma ampla aceitação dessa ideologia no Ocidente, inclusive no Vaticano. A política de concessões de Paulo VI aos países do bloco soviético (incluindo Cuba) só foi superada pelos traiçoeiros acordos do Papa Francisco com o regime comunista da China. (Foto: «Bitter Winter»)

Foram ignoradas até pelo Vaticano, então sob o pontificado de Paulo VI, o Papa que mais concessões fez ao comunismo e que apenas tem sido «superado» pelo Papa Francisco com o seu favorecimento à «Igreja Patriótica» da China comunista, a troco de enorme e escandalosa ajuda financeira para Roma.

O Tribunal de Nuremberg voltou a ser assunto da actualidade, não só pela necessidade de julgar os crimes de guerra agora cometidos contra a Ucrânia, como também as violações de direitos humanos na China, na Coreia do Norte, na Bielorrússia, na Venezuela, na Nicarágua e em tantos outros países que tombaram sob o regime comunista.

Muito se tem falado também de um novo Tribunal de Nuremberg para julgar os criminosos responsáveis pela indústria do aborto, pelo tráfico de menores, por contratos de trabalho escravizante (Mundial do Qatar, por exemplo) ou pelos sinistros delitos cometidos em nome da «pandemia» (Covid-19), da «vacinação» desenfreada ou da «necessidade» de reduzir a população mundial para «salvar o planeta».

A. J. Alves da Silveira

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