
Decorrendo neste ano de 2023 o 115º aniversário do Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, o IPEC pediu a celebração de uma Missa de desagravo por esse crime que tragicamente pôs fim à vida de El-Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe.
Há bastantes anos que várias Associações monárquicas têm tido o mérito e o zelo de mandar celebrar Missa de Requiem por alma de El-Rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe, mas a perfídia com que o assassinato foi planeado e executado, requer também um acto de desagravo e súplica.
Para os autores do assassinato, era indiferente a questão da legitimidade dinástica do Monarca. O que estava em causa era simplesmente acabar com a Monarquia, fosse ela a Tradicional ou a Constitucional. Apesar do seu declínio e da grave crise política em que se encontrava, a Monarquia Constitucional era ainda o resto de uma respeitável ordem e de um código de valores que a conspiração republicana não podia tolerar. Era necessário acabar radicalmente com o Poder Real para se instalar o oposto, ou seja, o poder revolucionário, anárquico, ateu e maçónico da República, conforme ele se revelou nos seus primeiros 16 anos: 45 governos e uma «incrível série de excessos e crimes que foram promulgados em Portugal para a opressão da Igreja», segundo as palavras do Papa São Pio X (Encíclica Iamdudum, de 24 de Maio de 1911).
Para se ter uma ideia do ódio que motivou o Regicídio, basta recordar que D. Carlos foi cobardemente abatido pelas costas, com um tiro certeiro na nuca. Os assassinos continuaram a disparar até abaterem também o Príncipe Real que, a tiro de pistola, ainda tentou ripostar ao ataque, com varonil coragem.

Mesmo um século depois, esse ódio não desapareceu nem sequer diminuiu, conforme atesta o graffiti estampado em uma das paredes do Mosteiro de São Vicente de Fora (Lisboa, Sede do Patriarcado), no ano de 2008, quando se comemorou o Centenário do Regicídio: «O Rei morreu! Vivam os regicidas!», assim se lê na imagem (foto à esq.).
Os herdeiros ideológicos dos regicidas estão vivos e comandam os destinos do nosso País (com maioria absoluta no Parlamento), talvez porque a Nação nunca tenha sabido avaliar a gravidade desse crime de rejeição à nossa História e a um símbolo do Poder que emana de Deus: o Rei.
Rezemos pelas almas do Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe, mas façamos também actos de desagravo e súplica por todo o País e por todos os meios ao nosso alcance.