Ferdinand Jean Marie Foch foi um general francês, Marechal da França, da Grã-Bretanha e da Polónia, tendo ocupado o cargo de Comandante-Chefe das forças aliadas na frente Oeste, durante a Primeira Guerra Mundial. Nasceu numa família católica em Tarbes (França) a 2 de Outubro de 1851 e era o sexto de sete filhos. Faleceu em Paris a 20 de Março de 1929.
Educado em colégio dos Jesuítas, recebeu ali as bases de uma preparação que faria dele um notável militar e académico.
Em Março de 1918 — no momento mais crítico da guerra — foi a ele que as autoridades francesas e britânicas confiaram o supremo comando de ambos os exércitos. Na batalha decisiva alcançou a vitória, tornando-se o grande vencedor da Primeira Guerra Mundial e recebendo a dignidade de Marechal de França.
Antes da Guerra, demoraram a promovê-lo porque nunca escondia a sua fé e convicções católicas, nem o facto de ter um irmão jesuíta.
Com efeito, Foch assistia à Missa diariamente, quer no campo de batalha, quer nas igrejas de Paris, dizendo sempre: «Deixem-me esta meia hora da Missa para tratar dos meus assuntos com Deus».
Certa vez, o chefe do governo francês, Clemenceau, que era ateu confesso e anticlerical, foi ao Quartel General para tratar de assuntos importantes com Foch, já então Comandante-Chefe das forças aliadas.
Ao chegar, disseram-lhe que o Comandante estava na missa, respondendo então Clemenceau: «Pois não o chamem. Deixem que ele cumpra a sua obrigação». E esperou até o final do Santo Sacrifício.
Terminada a Guerra, o Marechal Foch esteve em visita aos Estados Unidos, levando sempre consigo o missal e mantendo sempre a Missa diária em todos os programas do seu percurso. Espírito heróico, adepto das grandes ofensivas e desassombrado católico, Foch soube mostrar como se pode ao mesmo tempo ser exímio militar e modelo de estadista, capaz de levar ao auge os predicados naturais e de os conjugar com a prática das virtudes.
Assim foi também Gabriel Garcia Moreno, Presidente do Equador, assassinado durante o seu segundo mandato (depois de ser eleito para o terceiro) por causa das suas convicções católicas e anti-maçónicas.
Infelizmente foram o liberalismo e o laicismo de inspiração maçónica que acabaram com o conceito de Estado cristão em que todos — desde o mais alto governante até o mais humilde dos súbditos — deveriam reger-se pelos Dez Mandamentos, até para alcançar a prosperidade material. Foi o que ensinou Santo Agostinho, numa célebre carta citada por Leão XIII na encíclica Immortale Dei. A falsa sabedoria dos que viam na Igreja um obstáculo ao progresso temporal foi condenada pelo Santo Bispo de Hipona nos seguintes termos:
«Os que dizem que a doutrina de Cristo é contrária ao bem do Estado, dêem-nos um exército de soldados tais como os faz a doutrina de Cristo, dêem-nos tais governadores de províncias, tais maridos, tais esposas, tais pais, tais filhos, tais mestres, tais servos, tais reis, tais juízes, tais contribuintes, enfim, e agentes do fisco tais como os quer a doutrina cristã! E então ousem ainda dizer que ela é contrária ao Estado! Mutante, porém, não hesitem em confessar que ela é uma grande salvaguarda para o Estado quando é seguida» (Epist. 138 —al. 5 — ad Marcellinum, cap. II, nº 15).
Com efeito, não é precisamente da notória escassez de tais virtudes que se ressente a vida política contemporânea?…
Luís de Magalhães Taveiro