Minhas Senhoras e meus Senhores, queridos Amigos,
É com grande alegria que dou as boas-vindas a cada um dos presentes a este magnífico Mosteiro de São Bento da Vitória, exemplo edificado e edificante de um Portugal católico desde as suas origens e, por conseguinte, filialmente unido à Sé Apostólica.
Reunimo-nos para celebrar Lepanto, a exemplar vitória da inferiormente numérica armada católica sobre o infiel crescente turco. 450 anos depois, aqui nos reunimos para elevar a nossa prece de louvor e de infinito reconhecimento à Santíssima Virgem Maria, a exterminadora de todas as heresias, pelo Seu maternal patrocínio. Não pretendo, de todo, substituir o conferencista desta noite, mas permiti que teça uma brevíssima consideração, em forma de interrogação, acerca da exemplar actuação de São Pio V, o “Papa de Lepanto”, do Rosário e da Missa Tradicional:
E se o Papa Ghislieri, a 7 de Outubro de 1571, ao invés de ter convocado a Liga Santa e de rezar fervorosamente pela vitória da Cristandade, se tivesse dedicado a reflectir se somos fratelli tutti, a discorrer sobre a sinodalidade e a “igreja democrática”, a preocupar-se com as dores da “mãe terra”?
O que seria, hoje, de cada um de nós? Elevadíssima seria a possibilidade de, a esta hora, nos encontrarmos reunidos aqui, num espaço reduzido às cinzas ou convertido em mesquita, a discutir que país católico invadir ou a dissertar sobre como impor o turbante no Ocidente e a aperfeiçoar as medidas da burca, qual muro feito de tecido. Mas, graças a Deus, não foi assim. Não é assim, nem nunca será assim! São Pio V combateu por meio do Rosário, Nossa Senhora atendeu as preces da Cristandade aflita e a Santa Religião triunfou e esmagou o inimigo iníquo. Para São Pio V, o fundamental não era salvar a Amazónia, mas as almas que lá habitavam e habitam. Era, em suma, católico! E é disso que, nesta noite, fazemos memória agradecida!
Um reconhecido agradecimento ao Sr. Dr. Eduardo Pio de Almeida, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pela habitual disponibilidade. Muito obrigado aos organistas Bruno Pereira e Tiago Cabral, a Ricardo Afonso, ao talentoso coro, constituído por Carlota Leite, Diogo Lopes, Inês Garrett e Nicolau Pinto Coelho. Uma palavra de igual apreço a Nuno Miranda pela gravação do evento.
Antes de passar a palavra ao Sr. Dr. António Carlos de Azeredo, gostaria de recordar que, dado o local sagrado em que nos encontramos, devemos abster-nos de palmas aquando das várias intervenções e que as eventuais questões que surjam para o Dr. Eduardo de Almeida lhe deverão ser colocadas pessoalmente finda a sessão.
Sem mais demoras, chamo o Sr. Dr. Azeredo para nos dirigir uma breve mensagem na sua qualidade de Secretário do IPEC, entidade organizadora deste programa comemorativo. Muito obrigado, uma vez mais, pela vossa tão honrosa presença!
Diogo Ribeiro de Campos
Porto, 23 de Outubro de 2021