Hernán Cortés, o grande conquistador espanhol

30 Novembro 2022

Em 12 de Outubro de 1492, o navegador Cristóvão Colombo, ao serviço dos Reis da Espanha, chegou às primeiras ilhas do Caribe, abrindo assim caminho para as futuras expedições daquela nação às Américas.
À época da primeira chegada de Hernán Cortés, em 1504, já havia muitos povoamentos indígenas, tendo chegado aos espanhóis os rumores da existência de um grande e rico império em alguma parte da recém-descoberta América Central.
Tratava-se do Império Azteca que Hernán Cortés veio a conquistar apenas com um punhado de soldados e muita astúcia, anexando-o à coroa espanhola e abrindo de vez as portas para outros conquistadores que dominariam as Américas.
Cabe aqui fazer justiça ao grande conquistador espanhol, odiado pela actual «cultura» de negação e autodemolição da Civilização Europeia. Cabe também referir alguns aspectos praticamente desconhecidos dos bárbaros costumes aztecas e da opressão que eles exerciam sobre os povos que dominavam e de quem Cortés foi verdadeiro libertador.

O Império Azteca, com efeito, foi o que mais realizou sacrifícios humanos e o que mais praticou a antropofagia em toda a História. Até mesmo David Landes, autor moderno e nada simpático aos espanhóis, reconhece na sua obra «A riqueza e a pobreza das nações» que é difícil defender o Império Azteca, tal era a crueldade do seu povo.

As cartas enviadas por Hernán Cortés ao Rei da Espanha atestam bem essa realidade e a preocupação em levar a fé católica para acabar com as práticas selvagens e cruéis.

«No dia marcado [para a batalha], como sempre fazíamos, ouvimos a missa e partimos» [p. 134]. Referindo-se aos deuses aztecas, diz Cortés que «os principais destes ídolos e nos quais eles tinham mais fé eu derrubei de seus assentos e os fiz descer escada abaixo. Fiz também com que limpassem aquelas capelas, pois estavam cheias de sangue dos sacrifícios que faziam. Em lugar dos ídolos mandei colocar imagens de Nossa Senhora e de outros santos, apesar da resistência de Montezuma e de outros nativos» [p. 63]. «A nossa primeira acção foi cercar a base da torre, onde, apesar de manter isolados os que estavam lá dentro, éramos atacados por todos os lados. Comecei a subir a escada sendo seguido pelos espanhóis. Eles conseguiram abater três ou quatro dos nossos, mas com a ajuda de Deus e de sua gloriosa Mãe, cuja imagem havíamos colocado naquela torre, conseguimos subir (…). Mandei colocar fogo naquela torre e nas demais da mesquita, de onde já havíamos tirado as imagens que tínhamos posto» [p. 77].

Aos vencidos que se entregavam aos espanhóis, Hernán Cortés, concedeu incontáveis perdões: «e como viram que o dano que recebiam [entre eles] era considerável, fizeram sinal de que se entregavam e depuseram as armas. E como o meu desejo é sempre dar a entender a esta gente que não queremos fazer mal, por mais culpados que sejam, especialmente quando se dispõem a ser vassalos de vossa majestade, mandei parar o ataque e os recebi bem. E por tê-los recebido muito bem, fizeram saber isto aos do outro penhasco, os quais, embora tenham resultado vitoriosos no combate connosco, também resolveram dar-se por vassalos de vossa majestade e vieram pedir-me perdão pelo passado» [p. 113].

Cortés não tinha interesse algum em semear a destruição e acabar com o que havia de bom na civilização azteca: «Como tínhamos todas as terras ao redor a nosso favor e nossa determinação de atacar, não consegui entender como estes da cidade [Tenochtitlán, capital azteca] permaneciam irredutíveis no seu desejo de lutar até a morte, obrigando-nos a ter que destruir aquela cidade que era a coisa mais bela do mundo» [p. 133].

Hernán Cortés distinguiu-se particularmente dos seus antecessores espanhóis pelo interesse que manifestava em conhecer bem os índios e os seus costumes. Tinha uma notável percepção política e histórica de seus actos. O historiador Tzvetan Todorov considerou inclusivamente que ele inovou tácticas de guerra e criou uma nova política de colonização em tempos de paz.

Cortés nasceu em Medellín (Espanha) no ano de 1485 e faleceu em Sevilha com 62 anos, a 2 de Dezembro de 1547. Foi um dos mais destacados chefes militares do século XVI, devendo-se a ele a conquista do México para a coroa de Espanha.

Também é considerado um dos maiores historiadores da Espanha ultramarina da sua época. As suas Cartas de Relación constituem importante fonte para a história da conquista do México. Apesar do seu heroísmo, valor militar e intelectual, viveu ignorado os últimos anos da sua vida, morrendo quase na miséria.

Luís de Magalhães Taveiro

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