Na sequência do longo processo de perseguição movido pelo Ministério Público contra a família Mesquita Guimarães, o Procurador pretende que as crianças sejam entregues à guarda da escola. Diz que os pais são um perigo para o seu desenvolvimento e educação por não aceitarem que elas frequentem as aulas da perversa disciplina de «Cidadania e Desenvolvimento», onde constantemente se fazem lavagens cerebrais às crianças, incutindo-lhes noções eivadas de mentira, imoralidade e ateísmo.
Usando a «argumentação» típica da dialética comunista, o Ministério Público inverte os factos e acusa a família de fazer aquilo que sempre fizeram os regimes totalitários. Para o MP, com efeito, são os pais que «põem em perigo» a formação, educação e desenvolvimento dos filhos, é no seio da família que ocorre o perigo de os jovens sofrerem «maus-tratos psíquicos», de «não receberem os cuidados ou a afeição adequados às suas idades» e de «estarem sujeitos a comportamentos dos pais que afectam gravemente o seu equilíbrio emocional». Daí a necessidade de se instituir a «Famíia B», tão cara aos regimes socialistas e totalitários.
O Procurador, portanto, «quer retirar as crianças da alçada dos pais durante todo o período escolar e deixá-las sob a completa custódia de um novo casal de educadores: do Director da Escola e de mais uma senhora cuja idoneidade, afiança o Sr. Procurador, não se pode duvidar (diferentemente dos respectivos pais, a quem o Sr. Procurador não reconhece essa idoneidade).»
«Perante tais atitudes, completamente arbitrárias – diz o comunicado da família Mesquita Guimarães – temos que reconhecer que o Governo de Portugal assume uma postura de superioridade moral dos poderes políticos e de inferioridade moral dos cidadãos. Além de que se serve das estruturas do Estado e do poder coercivo que lhe é próprio para alcançar os fins puramente ideológicos que move o conjunto dos indivíduos que ocupam os lugares públicos em causa.»