Família: O último reduto contra a tirania

12 Novembro 2021

Enquanto houver uma mãe que ensine os filhos a fazer o sinal da cruz, um pai que eduque os seus rapazes no dever de defender as raparigas, um avô que conte aos netos as histórias de um Portugal glorioso que deu mundos aos mundo, a agenda progressista que nos tentam impor não triunfará. Por isso a liberdade da família, sobretudo a liberdade de educar, é um alvo a abater.

A família é o primeiro espaço de liberdade e o último reduto contra a tirania. Num país livre o Estado é o garante da liberdade família. Não um adversário, mas um aliado. Porque a família é o garante de uma sociedade livre, é do interesse do Estado defender esta realidade. Pelo contrário, num país tirânico, o Estado procura substituir-se à família, sobretudo na educação.

A sociedade moderna está construída para que as crianças sejam depositadas ao cuidado da escola. Os miúdos são para ser entregues à 8h levantados às 19h, enquanto os pais trabalham. E se em algum momento se levanta o problema entre carreira e filhos, a solução é sempre aumentar o tempo em que as crianças ficam entregues à escola, nunca é permitir que os pais tenham mais tempo para os filhos.

E neste ponto liberais e socialistas andam de mãos dadas. O individualismo liberal, que manda colocar a carreira à frente da família, encontra apoio total no sonho socialista de ter as crianças entregues à escola tanto tempo quanto possível.

Garantir o monopólio da educação é essencial para impor uma agenda cultural. Por isso é preciso que as crianças vão para a escola aos três anos, que lá fiquem o máximo tempo possível, e que os pais não tenham qualquer intervenção na escola. As crianças devem ir para a escola que o Estado manda, aprender o que o Estado decide. E os pais, ou tem dinheiro para o ensino privado, ou então devem submeter-se em total obediência.

Lutar pela liberdade da família, sobretudo pela liberdade de educar, é hoje a luta política mais importante. Retirem às famílias a liberdade de educar durante dez anos e não será preciso retirar mais nenhuma liberdade para ter um Estado totalitário.

Por isto é que o caso da família Mesquita Guimarães é tão importante. Evidentemente que no cerne desta luta estão dois rapazes concretos, vítimas da brutalidade ideológica do ministério da educação, por quem é justo lutar. Mas a luta que esta família trava de forma tão corajosa é de todas as famílias.

A família Mesquita Guimarães apenas quer educar os seus filhos sem ter o Estado a doutriná-los sobre a versão oficial da cidadania. E isso não pode ser permitido. Dois alunos brilhantes chumbados, uma família exemplar investigada pelo tribunal, um pai humilhado nas redes sociais. Os defensores da suposta agenda tolerante não podem tolerar uma família livre, não vão outra seguir-lhes o exemplo. Portanto é preciso esmagar os Mesquita Guimarães, impor-lhe um tal preço pela sua liberdade que sirva de aviso a todas as famílias.

Esta violência é lhes imposta porque a família se recusa a ser doutrinada pelo Estado. Vão recuar dois anos porque o Estado considera que dois miúdos, bons alunos, bem integrados, respeitadores e educados, são obrigados a submeter-se à noção de cidadania dos mandarins da 5 de Outubro.

Felizmente os Mesquitas Guimarães tem demonstrado uma coragem exemplar. Perseguidos, vexado e humilhados pelo poder do mundo, não quebram. Querem um exemplo de cidadania? É olhar para esta família que não cede nem um milímetro na defesa da sua liberdade e na defesa dos direitos dos seus filhos. Num país onde tudo se resolve com um jeitinho, com uma pequena cedência, com um fechar de olhos, esta família mantém-se firme.

A luta dos Mesquita Guimarães é uma luta essencial não apenas para todos os que querem educar livremente a sua família, mas para todos os que defendem a liberdade. Apoiá-los é por isso um dever de todos os que acreditam numa sociedade livre.

José Seabra Duque
Jurista

Matéria gentilmente cedida por Notícias Viriato

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