Explicação e remédio da crise contemporânea

16 Maio 2022

Há perto de 100 anos a 1ª conflagração mundial caminhava para o seu declínio. Contido o ímpeto inicial da invasão teutónica, os franceses dispunham-se a reconquistar o território perdido. Para os políticos de alto bordo e observadores militares, já não era duvidoso o êxito final da luta. Toda a estratégia alemã se baseara na esperança do triunfo da “blitzkrieg”. A primeira cartada foi jogada com intensas possibilidades de êxito. Mas era a única. Os alemães tinham-na perdido. O resto, para os aliados, era apenas questão de tempo.

Os financistas, sociólogos, políticos, começaram desde logo o seu burburinho de antecâmaras e bastidores para saber como o mundo se reorganizaria no após-guerra. E isto enquanto nos campos de batalha a luta ainda ia acesa, com os canhões germânicos troando não muito longe de Paris.

Esse burburinho tinha efectivamente importância. Tinha, mesmo, muito mais importância do que o troar dos canhões. Nos campos de batalha liquidava-se uma guerra já decidida “in radice”. Nos gabinetes não se liquidava uma guerra, mas elaborava-se uma nova era. O futuro já não estava nas culatras das metralhadoras, mas nos “pourparlers” dos bacharéis e dos técnicos.

Quando começavam a delinear-se apenas, timidamente, as primeiras linhas desse mundo novo, verificou-se um dos factos mais consideráveis da História contemporânea. No nosso mundo são muitos os cépticos que não acreditam nesse facto. Os que não são cépticos são tímidos e não ousam proclamar os factos em que acreditam. Uns por falta de fé e outros por falta de coragem, não ousam incorporar à História contemporânea esse acontecimento.

Mas os mais graves motivos em que a inteligência humana pode basear-se aí estão patentes, a atestar que Nossa Senhora baixou dos céus à terra e que manifestou a três pequenos pastores de um recanto ignorado e perdido do pequeno Portugal, as condições verdadeiras, os fundamentos indispensáveis para a organização do mundo. Ouvida essa mensagem, a humanidade encontraria verdadeiramente a paz. Negada, ignorada essa mensagem, a paz seria falsa e o mundo imergiria em nova guerra. A guerra veio.

Cogitou-se, como 30 anos antes, de reorganizar novamente o mundo. Nenhum momento é mais oportuno do que este, para recordar a aparição de Nossa Senhora em Fátima. E isto tanto mais, quanto há poucos dias a Igreja celebrou a festa litúrgica de Nossa Senhora de Fátima. Reuniram-se os técnicos – que são hoje os reis da terra, juntamente com os banqueiros – “et convenerunt in unum adversus Dominus”. Construíram uma paz sem Cristo, uma paz contra Cristo. O mundo afundou-se ainda mais no pecado, a despeito da mensagem de Nossa Senhora.

Em Fátima, os milagres multiplicaram-se às dezenas, às centenas. Ali estavam eles, acessíveis a todos, podendo ser examinados por todos os médicos de qualquer raça e religião. As conversões já não tinham número. E tudo isto não obstante, ninguém dava ouvidos a Fátima. Uns duvidavam sem querer estudar. Outros negavam sem examinar. Outros criam mas não tinham coragem de o dizer. A voz da Senhora não se ouviu.

Passaram-se mais de vinte anos. Um belo dia, sinais estranhos foram vistos no céu… era uma aurora boreal, noticiada por todas as agências telegráficas da terra. Do fundo de seu convento, Lúcia escreveu a seu Bispo: era o sinal e dentro em breve a guerra viria. A guerra veio e novamente se cuidou de “reorganizar o mundo”. “Si vocem ejus hodie audieritis, nolite obdurare corda vestra” – se hoje ouvirdes Sua voz, não endureçais os vossos corações”, diz a Escritura. Inscrevendo a festa de Nossa Senhora de Fátima no rol das celebrações litúrgicas, a Santa Igreja proclama a perenidade da mensagem da Santíssima Virgem dada ao mundo através dos pequenos pastores. No dia da sua festa, mais uma vez a voz de Fátima chegou a nós: não endureçamos os nossos corações, porque só assim teremos achado o caminho da paz verdadeira.

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