Eugenio Trujillo Villegas*
O que há alguns anos parecia impensável na Colômbia tornou-se realidade assustadora no último mês: o terrorismo e a guerrilha instalaram-se nas principais cidades do País. Um problema que existia nas selvas mudou agora brutalmente para os principais centros urbanos.
Este é o preço absurdo que os colombianos pagam por uma série de decisões irracionais dos seus dirigentes, ao contrário do que pensa e deseja a maioria da população. Este pesadelo tem a sua origem remota no «Acordo de Paz» assinado entre o ex-presidente Juan Manuel Santos e as FARC, o qual foi rejeitado no Plebiscito de 2016. Infelizmente para a Colômbia, Santos frustrou o Plebiscito usando todos os tipos de armadilhas e engodos, com o apoio incondicional do Congresso da República, do Tribunal Constitucional, de toda a classe política — liderada pelo seu principal adversário, Álvaro Uribe — e de um sector empresarial que delirava com a ideia de assinar a falsa paz que agora se estabeleceu.
Avança a capitulação da Colômbia
Sem desejá-lo, a Colômbia foi atirada para o abismo da capitulação. Pouco antes do Plebiscito, o próprio Juan Manuel Santos ameaçou o País afirmando que se o seu processo de paz não fosse aceite, a guerrilha travaria a luta armada nas cidades. Pois bem, como acontece a quem capitula perante uma ameaça, a Colômbia aceitou o roubo do Plebiscito, incrementou o Acordo com o qual lhe impõem esta falsa paz em que vive, concordou com a concepção de um novo país em conformidade com as exigências da subversão, proclamando a mais absoluta impunidade para os terroristas, concedendo-lhes assento gratuito no Congresso da República.
Consequentemente, como previsto, denunciado e proclamado há anos por Tradición y Acción, os guerrilheiros saíram das profundezas da selva para o coração das principais cidades. Agora, todo o colombiano pode ver à janela da sua casa como o terrorismo destrói o País.
Mas a essa tragédia adiciona-se outra, ainda mais devastadora. Enquanto uma minoria radical, fanática e feroz executa o mandato das multinacionais do crime comunista de destruir a Colômbia, os nossos líderes parecem não se dar conta da gravidade dos acontecimentos. Eles agem como se tratasse de um protesto «legítimo» e «pacífico», como os próprios terroristas o chamam, enquanto ateiam fogo à Colômbia, colapsando a economia, destruindo empregos, sequestrando cidades inteiras e colocando o governo de joelhos. Um grupo insignificante de criminosos, executores da destruição, proclama-se porta-voz do povo colombiano e negoceia com o governo o futuro da Nação em nome do seu povo.
Um Comité que não representa a Colômbia
É inaceitável que o governo reconheça a esse grupo uma legitimidade que absolutamente não tem. A absurda realidade reside no facto de 50 milhões de colombianos estarem a ser representados pela FECODE (o sindicato dos professores marxistas que perverte os nossos filhos), por alguns sindicatos que nem sequer representam os seus associados e pela linha de vanguarda da greve armada que nos assola desde o último dia 28 de Abril, formada por terroristas pagos e articulados pelas FARC e pelo ELN.
As suas primeiras exigências já foram acatadas pelo governo:
– reforma da Polícia e do Exército (o que equivale à sua aniquilação);
– restrições à actuação das Forças da Ordem perante os excessos (política de Estado);
– ensino universitário gratuito para jovens que não querem estudar;
– subsídios para todos os desempregados (o que levará ao colapso da economia);
– oportunidades de emprego (em contradição com a destruição das fontes de emprego).
Capitulando assim às exigências mais absurdas, desaba o Estado de Direito, desfaz-se o progresso alcançado ao longo de décadas de trabalho e conduz-se a Colômbia ao caos, à incerteza e à desolação. Em Maio, mais de 500.000 empregos foram perdidos e cerca de 50.000 empresas faliram, como resultado dos graves distúrbios e bloqueios promovidos pela greve armada.
Guerra para impor a miséria socialista
Há mais de um mês que a Colômbia assiste a acções terroristas e à violação sistemática do direito ao trabalho e à livre circulação. Os grandes investimentos feitos no imobiliário urbano das principais cidades desaparecem em decorrência do vandalismo de algumas turbas demoníacas que no seu rasto destroem tudo o que significa civilização, cultura e progresso. Muitas estações e autocarros dos sistemas de transportes públicos, semáforos, câmaras de segurança, parques e jardins públicos, estabelecimentos comerciais, empresas privadas, repartições públicas, estabelecimentos de ensino e monumentos históricos foram destruídos. Desencadeou-se uma guerra de morte contra tudo o que significa progresso e emprego.
É hora de abrir os olhos! Estas manifestações não são protestos legítimos! E, menos ainda, pacíficos! Trata-se, isso sim, da aplicação prática de todas as formas de luta marxista anunciadas nos antigos manuais da guerra subversiva e adoptada pelo Fórum de São Paulo para conquistar todos os países da América sob articulação das FARC e do ELN, hoje os principais cartéis do narcotráfico.
O objectivo consiste claramente em dar um golpe e tomar o poder antes das eleições presidenciais de 2022. Este é o panorama que o governo deveria entender para lidar correctamente com a crise, mas tudo indica que ele prefere aferrar-se ao roteiro estabelecido no «Acordo de Paz» elaborado pelos ditadores de Cuba e da Venezuela para conduzir o País ao caos e à miséria.
* Eugénio Trujillo Villegas é Director da Sociedad Colombiana Tradición y Acción: www.tradicionyaccion-colombia.org / trujillo.eugenio@gmail.com