Colômbia: Governo não pode capitular perante o terrorismo

18 Maio 2021

Os tumultos, a violência, a desordem, tomaram conta da Colômbia em decorrência do agravamento dos impostos e do contestado «Acordo de Paz» com que o Governo tem escandalosamente favorecido o movimento terrorista das chamadas «Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)». Dentro e fora daquele país, os grandes meios de comunicação social, sempre favoráveis ao terrorismo e bem financiados por esquemas corruptos, escamoteiam esta realidade e dedicam-se à propagação da mentira, falando de milhares de desaparecidos, de assassinados e de vítimas da «repressão policial». (Foto: Juancho Torres – Anadolu Agency)

Eugenio Trujillo Villegas*

Bogotá, 16 de Maio de 2021 – A Colômbia está paralisada há mais de duas semanas, entregue ao terrorismo, agora falsamente denominado «direito ao protesto pacífico». O que está a acontecer obedece a um plano estratégico marxista, programado ao longo de 20 anos pelo Fórum de São Paulo, perfeitamente articulado a partir de Cuba e da Venezuela, executado pelas FARC e pelo ELN com o apoio dos outros grupos subversivos actuantes no País. Esse plano é financiado com dinheiro das FARC, que têm 200 mil hectares de coca protegidos pelo Acordo de Paz e por uma decisão do Tribunal Constitucional proibindo a fumigação aérea com glifosato.

O rastilho da presente paralisação foi um projecto extemporâneo e estúpido de Reforma Tributária apresentado pelo Governo ao Congresso da República, suscitando a reação da esquerda, do centro e da direita. Pouco depois o Executivo retirou essa iniciativa, desconhecedora das verdadeiras causas da crise económica do País — sem dúvida agravada pela pandemia — que são a dimensão gigantesca da máquina do Estado, os seus gastos desmesurados e a corrupção avassaladora. Mas paralelamente, como de costume, nesse legítimo protesto aparecem os terroristas, que paralisam as principais cidades, destroem os sistemas de transporte, bloqueiam estradas e cidades, ateiam fogo em armazéns e edifícios públicos. Depois de gravíssimos distúrbios, que ainda perduram, conseguiram quebrar a cadeia produtiva nacional, a qual não pode parar, começando, em consequência, a faltar alimentos, remédios, combustíveis e todo tipo de mercadoria. O País entrou no caos mais absoluto.

Golpe de Estado em andamento

Esta é a grande pergunta que devemos colocar: Quem dirige, articula e financia esse golpe de Estado? O Governo sabe perfeitamente, mas não o diz. E o país também sabe, mas não reage à altura. Dez milhões e quinhentas mil pessoas elegeram o Presidente Duque porque na sua campanha eleitoral prometeu desmantelar o Acordo com as FARC, rejeitado no Plebiscito de 2016 e verdadeiro manual das operações de demolição em curso. Esses milhões de eleitores não foram ouvidos, enquanto os poucos terroristas disfarçados que destroem a Colômbia são convocados para expressar as suas exigências inaceitáveis.

Em toda a Colômbia tem havido manifestações com centenas de milhar de pessoas que protestam contra a ruinosa política fiscal do governo, de inspiração totalitária, socialista e confiscatória.

Todas as transformações contempladas no Acordo de Paz farão da Colômbia um Estado socialista, com a mais absoluta impunidade para os crimes cometidos pela subversão marxista, no passado, no presente e no futuro; com a concessão pura e simples de 10 cadeiras gratuitas no Congresso da República; com um sistema de governo dirigido por «comités de diálogo» dirigidos e organizados pelas FARC, como os que acabam de ser convocados pelo Poder Executivo em todas as cidades do País. Acresce também a proibição ao Governo de destruir as enormes plantações de coca pertencentes às FARC e de combater actos terroristas com a força legítima do Estado. O governo também está obrigado a proteger os líderes da subversão pelos órgãos de segurança do Estado e a aceitar a prévia fiscalização, por um comité indicado pelas FARC, dos programas governamentais. Tem que realizar uma Reforma Agrária socialista e confiscatória em 10 milhões de hectares,  a qual está prestes a começar e que irá causar a ruína da agricultura colombiana. Tudo isso custará pelo menos 140 mil milhões de pesos (US$ 40 mil milhões), razão pela qual devemos pagar mais impostos.

O que sabem sobre o desenvolvimento da Colômbia os terroristas disfarçados que a destroem? Absolutamente nada! Não sabem que um país se constrói pelo sector empresarial, que isso se faz depois de décadas de trabalho e que quase todos os empregos são gerados dessa forma. Assim são atendidas as necessidades da população e geradas as riquezas que depois são repassadas ao Estado por meio de taxas razoáveis, gerando verdadeiro bem-estar para todos.

Sector empresarial da Colômbia apoiou o Acordo de Paz

No entanto, essa extraordinária particularidade do sector empresarial para gerar riqueza, emprego e desenvolvimento, não a utilizou o sector empresarial para perceber que o futuro da Colômbia estava a ser negociado com a subversão marxista. Quando, em 2012, o Presidente Juan Manuel Santos começou o Processo de Paz, a maioria dos empresários, apesar de advertida de todas as maneiras possíveis de que esse Acordo seria a ruína e a destruição da Colômbia, apoiou incondicional e freneticamente traiçoeira negociação dizendo-se disposta a «engolir alguns sapos» , sob o pretexto de que o Acordo traria a paz. Foi o que fizeram. Mas deviam agora despertar da letargia, perante a agressão da realidade de um País em vias de destruição, cujo Governo se pretende derrubar para dar lugar à imposição de uma ditadura chavista, violadora de todas as liberdades e aceleradora da miséria socialista.

Tudo isso foi amplamente previsto, denunciado e proclamado por Tradición y Acción ao longo dos últimos anos, em fóruns nacionais e internacionais, em inúmeras análises publicadas em jornais do país e do exterior, em muitas publicações denunciando ao mundo a traição que se preparava entre Juan Manuel Santos e os guerrilheiros das FARC. Mas não há pior cego do que aquele que não quer ver, nem pior surdo do que aquele que não quer ouvir. Agora estamos a testemunhar as consequências gravíssimas do que foi acordado. Ninguém pode escusar-se de engano ou de não ter imaginado que nesse processo se decretou a dissolução da Colômbia. Os actuais dias de caos e barbárie revelam-nos o futuro, anunciando o que acontecerá se permitirmos o triunfo do socialismo marxista no nosso país. Mais claro é impossível!

A guerra da desinformação

Nesse plano meticuloso, prossegue a guerra mediática de desinformação e mentira. As forças da ordem são acusadas de reprimir com violência os manifestantes, inventando-se milhares de assassinatos inexistentes. Dizem que as «oligarquias» disparam armas dos prédios contra os indígenas e manifestantes. Denunciam milhares de desaparecidos. Até Greta Thunberg – a criança activista da mudança climática, que nem deve saber exactamente onde fica a Colômbia – acusa o Exército colombiano de abusos aos direitos humanos. A comunicação social fala de milhares de desaparecidos e propaga inúmeras mentiras, enquanto muitas cidades na Colômbia são destruídas e os seus habitantes aterrorizados.

Essas mentiras são publicadas nos Estados Unidos, na ONU, na OEA e na Europa, replicadas por centenas de ONGs a favor do terrorismo, financiadas com dinheiro da esquerda internacional e por magnatas como George Soros. É o plano para demolir a Civilização Cristã e implantar a chamada Nova Ordem Mundial, que nada mais é do que o governo do demónio. É a imposição de um mundo utópico, sem religião, sem família, sem propriedade e sem valores morais, de um mundo onde o aborto será gratuito e proibida a educação das crianças segundo os valores cristãos. De um mundo onde todos serão forçados a pertencer a algum grupo LGBT e onde serão presos os que resistirem ou invocarem Deus ou a Santíssima Virgem.

A Colômbia confia na protecção sobrenatural do Sagrado Coração de Jesus, a quem está oficialmente consagrada desde 1902. Essa solene condição perdura até hoje, como quer a maioria da população, embora o Tribunal Constitucional e a Toga digam o contrário, por não representarem o povo católico da Colômbia. Imploramos também à nossa Padroeira, Nossa Senhora de Chiquinquirá, que nos conceda protecção, força e discernimento para enfrentar esta terrível crise.

Ou defendemos o nosso país deste ataque terrorista ou cedo veremos milhões de colombianos a caminhar pelas estradas da América do Sul, levando nas suas mochilas os poucos pertences que conseguiram salvar, implorando por água e comida, como fazem os venezuelanos. Que o futuro da Colômbia não seja igual ao da Venezuela!

* Eugénio Trujillo Villegas é Director da Sociedad Colombiana Tradición y Acción: www.tradicionyaccion-colombia.org / trujillo.eugenio@gmail.com

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