Acorda e levanta-te, Portugal!!!
É clara a inutilidade de repetidamente detalhar os sucessivos disparates (não os designemos agora por definições mais adequadas) cometidos pelos nossos governantes. É sobejamente visto como eles têm causado, e continuam arrastadamente a causar, tão sérias dificuldades à vida da maioria das famílias portuguesas.
Pessoas que, em eleições, obtiveram resultado tal que lhes confere a função de representar quem os elegeu e de governar o país.
Pura falácia!…
A governação tem sido desastrosa, cheia de “casos e casinhos”, bem do conhecimento público, e feita com recurso a remendos e pensos rápidos, sem estratégias claras e sem objectivos de interesse nacional. Cheia de promessas não cumpridas e de propostas guardadas na gaveta em adiamentos sine die.
A representação, então, nem se fala… A falta de resposta a questões endereçadas por escrito a certas entidades, apesar de algumas insistências, o silêncio face a um convite feito são reveladores da manifesta indiferença, se não mesmo desprezo, por parte dessas entidades por quem nelas confiou e por quem delas deveria receber, no mínimo, a correcção e educação de uma resposta.
Apesar de situações que comentamos popularmente como “umas atrás das outras”, ainda nos vamos surpreendendo e indignando mas resistindo no labor quotidiano.
Há, no entanto, algo que chegou a hora de recusar veementemente: É que nos roubem a alma.
Não é verdade, senhores governantes, não é verdade, Povo Português, que Portugal seja um país laico.
Somos, desde sempre, um povo de Fé. Fé sincera de povo simples e humilde, fé sincera de gente abnegada e heróica.
É a nossa génese.
Somos uma nação católica que, seguindo a verdade dos ensinamentos de Cristo, sim, respeita, recebe e acolhe todas as pessoas de outras paragens, etnias, culturas e religiões.
Isso não nos despoja da nossa alma de povo cristão, orientado por aquele que ocupa a cadeira de Pedro. Pelo contrário, enobrece e exalta a maravilha de viver e ser de Cristo e Sua Mãe que um dia foi coroada como única Rainha de Portugal pelo rei que então reinava.
Baseado num artigo da Constituição vigente desde 1976, «cheia de “iluminada sabedoria”, este país intitula-se agora de país laico. A mesma Constituição que, não poucas vezes, tanto tem sido desrespeitada.
E o povo vai-se deixando alienar da sua identidade – mais ou menos conscientemente.
O povo de Portugal optou por esquecer a maravilhosa responsabilidade da missão que a Mãe de Deus lhe confiou em 1917 no doce, sentido pedido: “Não ofendam mais a Deus, Nosso Senhor, que já está muito ofendido”.
Porque é bem mais fácil e mais apetitosa a sedução dos “deuses” que a sociedade de consumo apresenta, a sedução dos likes que se empenha em conseguir nas redes sociais, a agitação de inúmeros festivais de música com excessos consentidos, a comodidade da indiferença face ao desregrar de valores e comportamentos.
Diz-se que, para distrair o povo da pobreza em que vivia, as autoridades lhe acenavam com as palavras dos três fs. E agora? Com que nos distraem? Com que querem enganar-nos? Agora nem essa tentativa é feita por aqueles que nos governam e dizem representar-nos. Governa-nos a indiferença.
A democracia deixou de existir. Ponto!
O que dela sobra é apenas a realização de eleições e a possibilidade de comentar à mesa do café, na rua ou num transporte público em voz alta o desagrado e indignação com mais uma decisão ou incompetência dos políticos e poderosos.
E como está a vida das pessoas? Dantes chamava-se esgotamento; agora é burnout. Dantes ouvia-se falar no caso desta ou daquela pessoa, agora há estudos feitos. E o resultado? 80%.
Maioritariamente funcionários do Estado, profissionais de saúde, de educação, de acção social…
Democracia???!! Liberdade???!!
Cansaço… Insegurança… Medo…
Contudo, vamos mais ou menos aceitando tudo, não obstante a indignação que nos assiste e o espanto que ainda nos vai surpreendendo.
Mas o roubo da nossa alma, NÃO. Não podemos permitir. O coração enganado e adormecido de cansaço deste Povo de Portugal quer voltar a sentir. Quer voltar a palpitar.
Quer lembrar e pôr em prática o que nos ensinaram os nossos pais e avós, os nossos professores (sem falsos traumas por reguadas e puxões de orelhas recebidos). Quer deixar de ter vergonha de rezar e dizer que reza. Que crê em Deus. Pai, Filho e Espírito Santo. Que crê que Jesus vive no Pão e no Vinho consagrados – A Santíssima Eucaristia. Que crê que só com a alma em graça e atitude reverente devemos recebê-Lo. Que crê que a Mãe de Deus é nossa Mãe porque o Seu Filho a Ela nos entregou na Cruz. Que crê que Ela nos ama, protege, abençoa e governa.
Que Deus nos indica os Seus Mandamentos de amor. Que, para a felicidade que é cumprir esses Mandamentos, basta fazer como Maria pede: “Fazei tudo o que Ele vos disser” e como o próprio Pai proclama: “Este é o meu Filho muito amado. Escutai-O”.
Por isso, gritamos aos senhores governantes que não nos venham impor leis iníquas ditadas apenas pelo abuso de poder que vai na arrogância dos seus corações. Tanto poderiam e deveriam discutir com o objectivo de realmente obter mais justiça, equidade e dignidade para as pessoas. Não, na discussão e aprovação da lei apenas os move o orgulho teimoso de um braço de ferro que resolveram criar.
Déspotas autênticos, levianamente, tiranicamente querem impor aos Portugueses uma cultura de morte.
Não queremos.
Não nos mintam, argumentando legais intenções de respeito pela vontade individual. Sabemos quantos casos de autênticos assassinatos cometidos, de eliminação de seres humanos “que não interessam”, tudo em países europeus com a legitimidade das leis de morte consentida.
Portugal é católico. Com coragem, transparência e orgulho o afirma o coração deste Povo
Português.
À luz desta afirmação, em alta voz dizemos: Recusamos a aprovação da lei da eutanásia. Recusamos o chavão de que somos um país laico.
Eu assino esta carta aberta mas ela não foi escrita por mim apenas. Foi gritada por todo um coração português palpitante de Fé.
Maria Madalena Brito
17 de Maio de 2023