Eugenio Trujillo Villegas*
O mundo está confuso com o que ocorre no Afeganistão. Embora o cenário dos eventos esteja do outro lado do mundo, o seu impacto no Ocidente é de grandes e muito graves proporções. O que aconteceu dará muito provavelmente início a um novo tipo de guerra, sem dúvida mais dramática, mortal e perigosa do que as ocorridas nos últimos séculos.
Esta é a guerra religiosa promovida pelo Islão! Não é uma guerra qualquer como alguns ingénuos podem pensar. O Afeganistão foi conquistado pela seita mais radical do fundamentalismo islâmico, que há décadas anuncia a sua violenta erupção no cenário mundial com o objectivo macabro de destruir com sangue e fogo a cultura ocidental e cristã. E também todos os outros vestígios de civilização que não correspondam à visão fanática e fundamentalista do Islão.
Para cumprir os seus objectivos sinistros, o movimento Talibã criou verdadeiros exércitos genocidas, como a Al Qaeda, o ISIS, o Hezbollah, o Boko Haram e o Exército Islâmico, que espalharam o terror no Norte da África, no Médio Oriente, no Paquistão e na Índia. Eles executam cristãos, estupram mulheres, queimam igrejas, destroem monumentos de civilizações antigas e impõem as suas crenças islâmicas a ferro e fogo. E não esqueçamos que atacaram também as cidades mais importantes da Europa e dos Estados Unidos, com um trágico saldo de milhares de mortos e feridos.
A Administração norte-americana traiu o Afeganistão
Nos últimos 20 anos os Estados Unidos envolveram-se numa guerra cruenta no Afeganistão para evitar que os Talibãs e as milícias islâmicas radicais retomassem o poder. Os analistas de guerra americanos, apoiados por centros de pensamento bem fundamentados, apontaram o absurdo de tentar impor a esses povos o sistema democrático liberal do Ocidente. No entanto, esse era um dos objectivos da intervenção americana, impossível de ser aceite pelos afegãos, governados há milénios por monarquias locais, apoiadas em grupos tribais, que são quem realmente detém o poder.
Além disso, o objectivo central da guerra dos fundamentalistas muçulmanos afegãos não é o triunfo militar da luta armada, mas sim a imposição brutal do Islão, através da chamada Sharia (lei islâmica) que impõem as exigências religiosas e culturais do Islão, incluindo a subjugação absoluta das mulheres, a negação de todos os seus direitos e liberdades, a proibição de qualquer forma de pensamento que não seja o do Islão e a aceitação do assassinato de todos aqueles a quem chamam de infiéis, que são os que não pertencem ao Islão. A Sharia recompensa, nesta vida e na outra, qualquer fundamentalista que assassinar um infiel. Matar infiéis é lei obrigatória para esses fanáticos que pretendem impor o seu culto e seu modo de vida ao mundo inteiro.
Nesse dramático contexto, os Estados Unidos perderam a guerra, talvez porque não tivessem uma visão clara do inimigo contra o qual lutavam. E com uma decisão que ficará registrada como uma das mais covardes e equivocadas da história recente, o presidente Biden ordenou a retirada das tropas americanas, sem antes executar os mais elementares protocolos de defesa da vida e integridade de seus aliados afegãos, quase todos eles muçulmanos, mas não fundamentalistas. Agora, essa nação de 35 milhões de habitantes está sob o domínio de uma minoria extremista, que vai impor a mais esquizofrénica e brutal das ditaduras.
Pior ainda é o facto de à vergonha e humilhação da derrota militar norte-americana se somar o horror da traição, pois a Administração Norte Americana abandonou ali um imenso arsenal militar. Centenas de aviões e helicópteros, bases militares perfeitamente equipadas, material de guerra e, sabe-se lá quanto mais equipamentos em perfeitas condições de uso foram deixados à disposição dos Talibãs. Em breve se os os dados pessoais de todos aqueles que foram seus amigos e colaboradores também já chegaram às mãos dos Talibãs e se esses infelizes serão mortos com as armas ali deixadas.
Uma nação entregue à barbárie e ao genocídio
Quando o anterior governo afegão entrou em colapso, no momento em que os militares dos EUA deixaram o Afeganistão, o terror apoderou-se do país. As imagens da TV mostraram-nos multidões a embarcar em aviões no aeroporto de Cabul, com destino a qualquer destino, porque, para milhões de afegãos, sair ou não do país é a diferença entre viver e morrer. Essa é a responsabilidade histórica dos Estados Unidos e do Presidente Biden, que traiu os seus aliados, entregando-os à barbárie e ao genocídio.
É claro que os Talibãs foram rápidos em prometer que não haverá abusos de poder e que a população será respeitada, especialmente as mulheres. Tudo mentira! Assim como não se pode acreditar nos comunistas, que sempre mentem, menos ainda se pode acreditar nos fundamentalistas islâmicos, que devastaram nações inteiras e executaram dezenas de milhares de pessoas pelo simples facto de não acreditarem em Maomé. O seu ódio ao Ocidente levou-os a demolir as Torres Gêmeas de Nova York em 2001 [precisamente há 20 anos], preparando-se agora para multiplicar os seus crimes, talvez com maior ousadia e radicalismo, usando armas mais sofisticadas, aviação e dinheiro deixados de presente pelos pela Administração americana.
Estamos a testemunhar mais um avanço do Islão na sua determinação de conquistar a Europa, a qual parece ignorar o perigo que se avizinha. No entanto, os próprios islâmicos vêm proclamando há anos as suas intenções, como o fez um pregador da mesquita Ivry, perto de Paris, quando disse: “Nas cidades francesas, alemãs e belgas, os soldados de Alá aguardam a hora da vingança para passarem à acção, numa Europa que durante tanto tempo nos humilhou” (Le Point, Paris. 27 de Maio de 1991).
Veremos o que dirão os chamados defensores dos direitos humanos, que no Ocidente exigem todo tipo de liberdade e impunidade para o terrorismo comunista, mas que não têm vergonha de se calar diante das atrocidades cometidas pelo Islão contra nações inteiras. E principalmente contra a dignidade da mulher e o reconhecimento de seus direitos, sabendo-se que têm de viver sob a opressão escravizadora dos costumes islâmicos.
* Eugénio Trujillo Villegas é Director da Sociedad Colombiana Tradición y Acción: www.tradicionyaccion-colombia.org