Aborto: A maldição que pende sobre nós

28 Outubro 2020

Desde 2007, ano em que foi aprovada a «despenalização» do crime de aborto, ocorreram em Portugal mais de 144 mil abortos, o que supera a população de Braga (126 710 habitantes, à data do censo de 2011).

Quer isto dizer que em Portugal se mata por dia uma média de 55 bebés, no meio de uma indiferença geral.

Para quem faz parte da «família» globalista (comunistas, socialistas, feministas, ambientalistas, LGBTs, etc.) o aborto é uma prática normal e até desejável.

Mas para quem é católico não pode ser assim. Recorde-se que o aborto é condenado desde o primeiro Catecismo elaborado pela Igreja, conhecido como Didaqué ou Catecismo dos Primeiros Cristãos: «Não matarás o embrião por meio do aborto, não farás perecer o recém-nascido” (2, 2).

Em Dezembro de 2013, o Carmelo de Coimbra publicou uma Biografia da Irmã Lúcia, em que a vidente de Fátima faz uma séria advertência a Portugal: «Se Portugal não aprovar o aborto, está salvo; Mas se o aprovar, terá muito que sofrer. Pelo pecado da pessoa, paga a pessoa que dele é responsável; mas pelo pecado da Nação, paga todo o povo (…) porque os governantes que promulgam as leis iníquas fazem-no em nome do povo que os elegeu» (Cfr. «Um caminho sob o olhar de Maria», Coimbra, Edições Carmelo, 2013, p.68).

Onde estão então as vozes católicas – sobretudo as dos  bispos e sacerdotes – que deveriam denunciar os crimes que se cometem todos os dias contra a vida de bebés inocentes?

É raríssimo ouvir-se do púlpito algum sacerdote falar em defesa da vida, certamente por ser perigoso emitir opiniões que colidam com as políticas liberais, socialistas ou comunistas… Aliás é só disto que fomos «autorizados» a ter desde a implantação da «democracia” e do «pluralismo”, em 25 Abril de 1974. 

Em Portugal, a maioria do Clero já não defende a Fé Católica, ou porque tem medo da «liberdade de expressão» nesta «democracia», ou porque tem pacto com o Poder Político e preferiu aderir à agenda liberal, comunista, feminista e ambientalista.

Aliás, foi isto que se verificou na crise da epidemia COVID-19:

Em plena consonância com as normas da Direcção-Geral de Saúde (DGS), a Conferência Episcopal mandou fechar as igrejas, proibir as missas e procissões da Semana Santa, fechar o Santuário de Fátima e aceitar a interferência do governo socialista e ateu na celebração da liturgia, proibindo a comunhão na boca (sabendo embora que há muitas e bem fundamentadas opiniões médicas que concordam com esta forma de comungar).

Desgraçado do rebanho que deixou de ter pastores. O resultado está à vista: Sem termos quem nos ensine a Religião, a Moral, os valores da Pátria, da Família e da Tradição, acabámos por perder a Fé e a capacidade de discernir entre o Bem e o Mal. Continuamos estupidamente a acreditar num sistema político que há décadas nos vem subjugando com leis iníquas e com um sistema de «justiça» feito para favorecer a corrupção, o crime, os «refugiados», os parasitas, etc. Até quando?

«Cada povo tem o governo que merece»…

Nos dias 12 e 13 de Maio de 2020, com pleno acordo do Clero, o Governo socilaista e ateu decretou o encerramento do Santuário de Fátima e arredores por meio de uma grande mobilização de forças da GNR e da PSP. Em Junho de 2019, porém, o mesmo Clero não se inibiu em se associar ao «mês do lobby gay» exibindo cores da sua bandeira na colunata do Santuário. Era «para saudar a Primavera», conforme explicou um elemento da segurança. Recorde-se que Junho é o mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, no calendário católico. Mais grave se torna, portanto, essa mal disfarçada saudação aos inimigos da Igreja. Cada povo tem também o clero que merece…

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