Remonta ao século IV a origem desta festa celebrada a 1 de Novembro. Em Antioquia comemorava-se no primeiro domingo depois de Pentecostes. No século VII a data foi fixada para 13 de Maio, dia da consagração do Panteão a Santa Maria dos Mártires. Naqueles dias, fazia-se descer da clarabóia da grande cúpula uma chuva de rosas vermelhas.
O Papa Gregório IV estabeleceu a celebração para o dia 1 de Novembro, depois da colheita de Outono, quando era mais fácil encontrar alimento para os numerosos peregrinos que, depois das fainas do Verão, se dirigiam em peregrinação à Cidade dos Mártires.
O culto de todos os Santos envolve todas as almas que estão no céu, ainda que sejam almas não canonizadas, porque em algum sentido da palavra, qualquer alma que esteja no céu, que se tenha salvo, é uma alma santa. Ela está na presença de Deus, vê Deus face a face e o total é, por assim dizer, incalculável.
Lembremo-nos especialmente das almas que morreram mártires. Quantas foram perseguidas, combatidas, estraçalhadas, às vezes assassinadas. Todas são almas irmãs das nossas. O céu está povoado de almas assim.
Quantas houve que colocaram, por exemplo, a força ao serviço da fé, sacrificando tudo para obter a vitória da Igreja em determinado contexto histórico!
Assim, as almas que morreram na Vandéia ou na insurreição carlista, os sanfedistas que lutaram contra a Revolução no sul de Nápoles, os zuavos pontifícios que há cento e cinquenta anos lutaram heroicamente para impedir que os Estados Pontifícios caíssem nas mãos dos garibaldinos, os cristeros e uma infinidade de outros combatentes, cujos nomes não conhecemos, mas que contemplam a Deus, gozando da visão beatífica.
Diante de Deus jamais haverá um herói anónimo. No entanto, quantos destes somente conheceremos na glória celeste se, pelo favor divino e intercessão de Maria Santíssima, lá chegarmos um dia!
«Gaudeamus omnes in Domino, diem festum celebrantes sub honore Sanctorum omnium» (Alegremo-nos todos no Senhor, na solenidade de todos os Santos) – assim reza a antífona de entrada da Solenidade de Todos os Santos. É a Igreja militante que presta à incomensurável multidão de Santos que povoam o Reino dos Céus a homenagem que não se pode prestar individualmente a cada um deles, como sucede no calendário católico.