Decorreu no passado dia 1 de Março o 25º aniversário sobre a insólita amnistia concedida ao grupo terrorista conhecido como «FP 25» («Forças Populares 25 de Abril»). «Foi uma profunda injustiça», conforme declarou o filho de uma das vítimas dos terroristas, Manuel Castelo-Branco, em entrevista concedida à SIC Notícias. E em artigo escrito para o «Observador» acrescenta:
«Na verdade, se fizermos uma comparação entre as várias organizações terroristas de outros países, no rácio de assassinatos por milhão de habitantes, as FP-25 de Abril estariam claramente na liderança desse campeonato, ao lado das Brigadas Vermelhas, GRAPO ou Baader-Meinhof e não muito distante de grupos terrivelmente mortíferos como a ETA e o IRA. As FP-25 de Abril não foram um fenómeno passageiro nem lateral na sociedade da década de 80. A sua intimidação foi sentida em todo o País, de Norte a Sul, em todas as classes sociais e sectores de actividade.»
Durante o período da sua detenção, os terroristas beneficiaram da abusiva interferência do Presidente Mário Soares no processo judicial que competia exclusivamente aos Tribunais. As vítimas nunca foram lembradas nem moralmente amparadas, as indemnizações que receberam foram parcas e concedidas de má-vontade, os terroristas foram libertados e o assunto caiu no esquecimento.
O Dr. Gaspar Castelo-Branco, Director-Geral dos Serviços Prisionais, foi cobardemente assassinado à saída de casa com dois tiros na nuca, por vingança de se recusar a reconhecer aos terroristas detidos o estatuto de «presos políticos». Nenhuma figura destacada do Estado esteve no seu funeral e só 30 anos após a sua morte foi «homenageado» pelo Estado Português.
Esta é a natureza da nossa «democracia»…