14 de Julho: Mito e mentira por detrás do Dia Nacional da França

14 Julho 2022

Paris, 14 de Julho de 1789: Tomada da Bastilha. A Revolução Francesa deu tal relevo a esta arruaça, que a data passou a ser o Dia Nacional da França (Ilustração: Biblioteca Nacional da França)

Como é sabido, o 14 de Julho é o Dia Nacional da França. Trata-se da data em que os arruaceiros republicanos da Revolução Francesa tomaram a fortaleza da Bastilha (em 1789) por eles considerada um símbolo odioso da Monarquia e do Poder Real. A realidade, porém, é completamente diferente, conforme nos revela o historiador Armando Alexandre dos Santos (*):

«A propaganda revolucionária, habilmente conduzida, exagerou muito certos pontos fracos do Ancien Régime e mentiu deslavadamente em outros. Por exemplo, transformou a Bastilha  –  em cujas masmorras gemeriam centenas de pobres infelizes aprisionados por arbitrárias ordens que o soberano expedia nas suas famosas lettres de cachet – um símbolo da alegada prepotência e tirania do rei.

«Na realidade, a Bastilha era uma velha fortaleza parisiense transformada em prisão de Estado, onde cumpriam pena presos de categoria elevada. Quando da sua tomada violenta, a 14 de Julho de 1789, estavam aprisionadas apenas 7 pessoas

«As tais lettres de cachet eram cartas expedidas pelo Rei, muitas vezes a pedido das famílias dos detentos, para lhes assegurar um aprisionamento discreto, não escandaloso, numa prisão real e não em cárcere comum. Os prisioneiros frequentemente levavam para a Bastilha os seus criados, a sua mobília, os seus livros e tinham vida muito confortável. Noutras palavras, era um privilégio ser preso na Bastilha.»

(*) Armando Alexandre dos Santos, “Parlamentarismo, sim!  Mas à brasileira: com Monarca e com Poder Moderador eficaz e paternal”, Artpress – Indústria Gráfica e Editora Ltda., São Paulo, 1992

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